“...a escrita tem um papel muito profundo na evolução da arte (...) a escrita ensinou aos homens que era possível, por intermédio de signos não só significar o mundo exterior mas também apreende-lo e dele se apossar”. (J. Lacan)
sábado, 31 de março de 2012
Arte Bordada no ferro
Eça de Queiroz diz que: "A arte é um compêndio da natureza escrito na imaginação." Haja imaginação para tamanha beleza! Haja criatividade para tanta arte! Assistam esse belo espetáculo da arte desenhada no ferro:
terça-feira, 20 de março de 2012
Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro
Os sete saberes necessários à educação do futuro[1]
Uma sinopse dos capítulos dos Sete Saberes de Edgar Morin.
Professora: Vannda Santana
O livro de Edgar Morin nos faz analisar os conteúdos pertinentes à função da educação. O texto tem o mérito de introduzir uma nova e criativa reflexão no contexto das discussões que estão sendo feitas sobre a educação para o Século XXI. Segue um resumo com “Os sete saberes necessários à educação do futuro”. O autor pretende “expor problemas centrais ou fundamentais que permanecem totalmente ignorados ou esquecidos e que são necessários para se ensinar no próximo século.” O livro está composto de sete pontos de discussão:
- As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão;
- Os princípios do conhecimento pertinente;
- Ensinar a condição humana;
- Ensinar a identidade terrena;
- Enfrentar as incertezas;
- Ensinar a compreensão;
- A ética do gênero humano.
No primeiro capítulo, “As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão”, o autor defende a importância de se considerar os inúmeros erros e ilusões que podem ocorrer em qualquer transmissão de informação. Morin destaca os erros mentais, intelectuais e os erros da razão, enfatizando, neste último item, a diferença entre racionalização e racionalidade, considerando a racionalidade a melhor proteção contra o erro e a ilusão. O autor também destaca as cegueiras paradigmáticas e mostra como os paradigmas que controlam a ciência podem desenvolver ilusões. Assim, para o autor, “o problema cognitivo é de importância antropológica, política, social e histórica”, p.33. A educação deve sempre estar atenta à identificação da origem de erros, ilusões e cegueiras.
Em “Os princípios do conhecimento pertinente” o autor trabalha as questões de como perceber e conceber o contexto, o global, (a relação todo/partes), o multidimensional, o complexo, mostrando que o conhecimento dividido em disciplinas muitas vezes impede a visualização da totalidade. Para o autor é importante que se consiga estabelecer as relações entre as partes e o todo em um mundo complexo. Diz ele: “É preciso efetivamente recompor o todo para conhecer as partes”, p.37.
No capítulo três - “Ensinar a condição humana” – traz mais uma vez a discussão do ensino fragmentado e de como isso é prejudicial à educação. É preciso considerar o ser humano e toda sua complexidade: sua condição física, biológica, psíquica, cultural, social e histórica. O autor afirma que se deve contextualizar seu objeto, para ser pertinente. “Quem somos?” é inseparável de “Onde estamos?, “De onde viemos?”, “Para onde vamos?” p. 47. O questionamento sobre a condição humana implica o fato de se estar no mundo e a educação do futuro deveria “mostrar e ilustrar o Destino multifacetado do humano: o destino da espécie humana, o destino individual, o destino social, o destino histórico, todos entrelaçados e inseparáveis.”
No capítulo “Ensinar a identidade terrena” o autor faz um breve panorama do “resultado” da educação no século passado, fala da herança de morte (armas nucleares, vírus, etc), relatando ainda, para a morte da modernidade. Nesse panorama, alimenta-se como contraponto ao que o autor chama de herança de nascimento, a cidadania terrestre. Para ilustrar tal pensamento, Morin usa como exemplo várias contracorrentes existentes nos dias de hoje que estão no cerne dessa missão: contracorrente ecológica, qualitativa, de resistência à vida prosaica, de resistência ao consumo padronizado, entre outras. A importância desse capítulo já pode ser visto nas discussões existentes sobre aquecimento global. “Aquilo que porta o pior perigo traz também as melhores esperanças: é a própria mente humana, e é por isso que o problema da reforma do pensamento tornou-se vital”, p. 75.
No “Enfrentar as incertezas”, Morin inicia este capítulo com uma epígrafe de Eurípides que vale a pena citar como reforço de seu pensar: “Os deuses criam-nos muitas surpresas: o esperado não se cumpre, e ao inesperado um deus abre o caminho.” (P.79). O autor afirma que é preciso ensinar estratégias que permitiriam enfrentar os imprevistos e agir usando as informações adquiridas ao longo do tempo e, faz ainda, uma longa reflexão falando sobre a importância de sabermos lidar com as incertezas ligadas ao conhecimento, mostrando-nos que “Existe, portanto, a dificuldade do auto-exame crítico, para o qual nossa sinceridade não é garantia de certeza, e existem limites para qualquer autoconhecimento” p.85.
Em “Ensinar a compreensão”, Morin mostra o paradoxo do nosso tempo: apesar te termos cada vez mais meios de comunicação, a incompreensão permanece geral. O autor discute sobre as duas formas de compreensão: a compreensão intelectual e a compreensão humana, afirmando que enquanto a compreensão intelectual passa pela inteligibilidade e pela explicação, a compreensão humana vai além da explicação, comportando um conhecimento sujeito a sujeito. Morin cita o egocentrismo, o etnocentrismo, o sociocentrismo como obstáculos às duas compreensões. É imprescindível que a educação do futuro trabalhe a questão da compreensão, em todas as idades e em todos os níveis de educação. Diz o autor: “Compreender é também aprender e reaprender incessantemente” p.102.
No último capítulo, “A ética do gênero humano”, o autor mostra que indivíduo/sociedade/espécie são co-produtores um do outro. A educação deve conduzir à “antropo-ética” (ética propriamente humana), que compreende a esperança na completude da humanidade, como consciência e cidadania planetária. Morin reforça a importância da democracia para a educação do futuro e conclui salientando que a educação do futuro tem como finalidade a busca da hominização na humanização.
[1] MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 9ª edição, São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2004.
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