sábado, 29 de outubro de 2016

MEDO: FISIOLOGIA OU CONSEQUÊNCIA?

O medo alterando as funções psíquicas

“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”.



A palavra medo, do latim metus, nos remete a uma perturbação angustiosa perante a menor possibilidade de uma ameaça, diante de um risco real ou imaginário. O conceito também se refere ao receio ou à apreensão do sujeito em relação a certas doenças. Nesses casos, certamente, o medo, muitas vezes,  vem companhado de uma ação psicológica e isso é um fato comum: pois  este é um medo quase físico, de que algo possa acontecer conosco ou com um parente próximo.

 De acordo com as novas teorias, entre elas, a teoria quântica, acredita-se na hipótese de se repensar o medo – e, tratá-lo como palavra – e, não mais, como uma ação, pois, a afirmativa desses princípios, nos induz a acreditar que essas alterntivas de investimentos  psíquicos podem sim, atuar em nossos organismos modificando comportamentos ao intermediar os estímulos na reformulação do modo de agir, proporcionando assim, ao corpo e a mente uma forma positiva de pensar.  Processo fundamental para mudar sensivelmente as estatísticas de pessoas doentes e, assim, diferenciá-las das doenças.

 Fisiologia do medo

Hormônios que participam da ação:

Compreender como funciona a fisiologia dos hormônios em nosso corpo é função de especialistas. Porém, entender como esses hormônios interagem no emocional e como a emoção se processa no cérebro, deixando uma enorme confusão e criando fantasmas para além do medo, não é estudo para leigos e, sim, para os interessados no assunto ainda, que, como iniciados. Aqui estou eu como uma iniciada nessa questão.

 Acredito ser  interesse de todos saber quem são esses vilões responsáveis por tanta desordem no organismo humano, como funcionam e que reações eles causam, além daquelas que já conhecemos? Estudos recentes comprovam que esses hormônios são mediados por neurotransmissores e, como fiéis operários, estão eles sempre presentes em nosso cérebro, agindo de acordo com a demanda de nossas ações emocionais e fisiológicas.

É importante deixar claro neste artigo que o meu interesse pelo tema,  foca-se na palavra MEDO enquanto ação  e reação. Portanto, o assunto será tratado como função psíquica de um estado doentio.  O  medo adquire um status  de representação do desequilíbrio humano quando se está  diante de um sintoma desconhecido ou de uma dor, cuja existência, perdure sem um diagnóstico relevante. Aí entra o medo como causa e consequência, gerando ansiedade e terror.

Falar de um assunto que se pode experimentar  reação na própria pele, pode até nos parecer fácil, porém, não é verossímil. Entre a cobaia e a pesquisa, coexiste a necessidade do conhecimento para alicerçar saberes funcionais.

 De certo modo, os dados publicados pela Mídia nos informam, mas não formam uma base consciente. Até onde se sabe, há muitos estudos que são realmente relevantes, mas há muito ainda a ser comprovado. O bom nesses casos, é que temos acesso a informação, mas nem todos dispõem do saber acessível. Então, delega-se este saber, sobretudo,  para aqueles que possuem  as ferramentas do conhecimento específico, tais como os especialistas no assunto: médico, neurocientista e outros. Sendo assim, seria de bom tom, limitar-se às informações vagas, aquelas que sugerem uma linguagem semântica que interferem no sentido do sintoma, derivando pelo campo semiótico psíquico da emoção: a noradrenalina, a serotonina e a dopamina.

     Noradrenalina: também chamada de noraepinefrina, ela influencia no humor, ansiedade, sono e alimentação. É sintetizada nas fibras nervosas. Suas principais ações no sistema cardiovascular estão relacionadas ao aumento do influxo celular do cálcio e a manter a pressão sanguínea em níveis normais. A noradrenalina influencia no humor e no sono. Portanto a emoção estará sendo afetada.

   Serotonina: a serotonina é um neurotransmissor que regula o humor, sono, apetite, ritmocardíaco, temperatura corporal, sensibilidade à dor, movimentos e as funções intelectuais. Novamente, a emoção sendo afetada.

     Dopamina: é um neurotransmissor monoaminérgico da família das catecolaminas, produzido pela descarbonização de dihidroxifenilalanina. A dopamina está envolvida no controle de movimentos, aprendizado, humor, emoções, cognição, sono e memória.

A fisiologia do medo tem seu início funcional nas amígdalas e, essas estruturas, não tem nada a ver com as amígdalas da garganta, elas têm um formato de uma noz e ficam próximas à região das têmporas. As amígdalas  identificam uma situação ou objeto com o qual se deve tomar cuidado e enviam ao hipotálamo o sinal para a produção dos neurotransmissores. A partir daí, iniciam-se as reações no organismo que nos deixam em estado de alerta para agir: enfrentar ou fugir da situação.

As amígdalas estão presentes na maioria dos animais. São elas, por exemplo, que fazem com que um cervo reconheça o perigo e fuja de seu predador.

O que diferencia o homem dos outros animais é que ele é o único ser capaz de ter medo do medo. E isso acontece porque o homem é o único animal que consegue “imaginar”. A imaginação é mais forte que o próprio conhecimento (Einstein).

O medo é uma emoção que se caracteriza por um intenso sentimento habitualmente desagradável, provocado pela percepção de um perigo, seja ele presente ou futuro, real ou supostamente, imaginário. O medo é uma das emoções primárias que resultam da aversão natural à ameaça, presente tanto nos animais como nos seres humanos.

Biologia do Medo

Sob a perspectiva da biologia, o medo é um esquema adaptativo e constitui um mecanismo de sobrevivência e de defesa que permite ao indivíduo responder a situações adversas, rápidas e eficazes. Mas, o contrário também é verdadeiro: se o indivíduo adotar a “imaginação” negativa de que algo vai mal com seu corpo, isto de fato, pode ocorrer, pois, o cérebro é quem está no comando: ele dita as funções, modificando todas as nossas ações.

Neurologia – Cultura e o Medo

Para a neurologia, o medo é uma forma comum de organização do cérebro primário dos seres vivos, com a ativação da amígdala alojada no lóbulo temporal. Do ponto de vista da psicologia, o medo é um estado afetivo e emocional, necessário para o organismo se adaptar às circunstâncias do meio. Relativamente, o medo faz parte do aspecto social e cultural, o medo é também parte do carácter de uma pessoa ou de uma organização social.  Sabemos, entretanto,  que se pode aprender a não temer. Para sustentar tal afirmação, basta conferir a cultura de todos os povos através da literatura infantil, onde o medo tem presença imprescindível nos contos de fadas, fazendo parte da moral nas histórias. Os contos foram criados e engendrados para se refletir o universo da vida infantil que podem ser vivenciados pelos contos de fadas.

Portanto, há uma beleza  que pode ser constatada sobre o medo,  ele estará sempre presente na arte como uma forma de entretenimento e, por isso, constitui por si só um gênero narrativo (como nos contos ou nos romances e nos filmes de terror).

As consequências do medo

Como já foi visto anteriormente,  tudo o que ocorre no nosso corpo tem sua origem e princípio no cérebro. Afinal de contas é o cérebro que está no comando de nossas ações, boas ou más. 

Desse modo, ao concluir este artigo, penso que devemos reler a epígrafe de W. Shakespeare e, então, rever o modo de pensar que possa influenciar um novo comportamento e mais saudável. Se o medo nos impede de agir; mudar o padrão de pensamento poderá vir a ser uma solução cabível. E ainda, uma outra sugestão, seria evocar palavras dotadas de ações eficazes, acreditando no investimento dessa nova conduta que surgiria como fonte de grandes probabilidades.   

Fonte:
Medicina Quântica:

Uma Abordagem Psicológica Sobre o Medo:

Psicanalistas avisam que o medo é um sinal que precisa ser estudado: